segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O princípio


Os princípios são sempre complicados. 
Não tenho muito talento com as palavras e menos quando quero que essas palavras tenham uma função arrebatadora e motivadora - acho que por isso sou professora e não faço política. Suponho que tenho essa incapacidade de exercer liderança através do léxico, porque respeito demasiado as palavras e tenho receio de as usar de uma maneira frugal ou inconsistente. Mas vou deixar-me de retóricas baratas. 

O que quero dizer com este primeiro artigo é que este blogue é a nossa casa - a minha e a vossa -, um recanto a que temos de dar vida e alegria, onde podemos debater os mais diversos temas (sempre com educação e moderação) e onde todos podemos acrescentar algo.  Diz uma canção americana, do Burt Bacharach, de que gosto particularmente que:

Vou publicar artigos sobre os mais diversos temas, informações que me pareçam ser de algum interesse, exercícios, canções, e também as vossas redações, aquelas que me parecerem os melhores exemplares de cada entrega. Quem quiser pode escrever para o blogue, basta enviar-me os artigos que quer publicar para o email (sem exagerar nem no tamanho nem na quantidade, por favor) e obviamente que as caixas de comentários estão abertas a que todos possam dar opiniões e discutir ideias. Têm à disposição uma barra lateral com várias hiperligações para a imprensa escrita e audiovisual e também esta irá sendo alimentada com novidades, dicionários, e outros lugares úteis para a vossa caminhada no português. 

Como o nome indica, este blogue pretende esbater a fronteira que separa o vosso do meu país através da língua que todos partilhamos, quer esbater também a barreira do tempo, na EOI Badajoz temos à nossa disposição mais ou menos 4 horas e meia por semana e aqui temos todos os minutos que pudermos e quisermos dedicar à língua portuguesa. Contudo prentende ser também a vossa casa lusa virtual, um lugar onde se sentem à vontade para tirar os sapatos e calçar as pantufas ao fim do dia, descontrair e ler o que está publicado, falar com pessoas (desconhecidas e as de sempre) que partilham alguns dos vossos interesses, conhecer coisas novas e dar a conhecer aquilo de que gostam. É muita ambição, eu sei, mas construir uma casa é construir um sonho e dizia Sebastião da Gama (poeta português) que "pelo sonho é que vamos". Espero que este pequeno alicerce que hoje aqui ponho possa ser apenas uma base para a casa comum que vamos construir a muitas mãos.

Sejam todos bem-vindos, os meus alunos, os da María Antonia, do José Ignacio, da Emilia, da Inma, da Cristina, ..., os que já foram e querem participar, os que nunca foram mas aprendem ou de alguma maneira amam a língua portuguesa, e os colegas a que apetecer espreitar. Entrem, sentem-se, sintam-se cómodos, esta (também) é a vossa casa.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

As despedidas são lixadas

É impossível começar do zero, digo eu. É impossível, principalmente, porque não consigo não olhar para trás com carinho e recordar aqueles que deixei para estar aqui hoje. É a eles, os meus alunos dos anos passados, que este artigo vai dirigido.

Com alguns foi só um ano e, mesmo assim, tenho saudades. Vou sentir a falta do sorriso e do sotaquezinho brasileiro da Carla, da concentração do Sergio, da incapacidade de estar quieta da Carmen, da cara de sono da Elia, dos "olhinhos de Bambi" da María, do empenho da Raquel, da educação do Juanjo, das tiradas insuperáveis da Sacri, e também de todos os outros que aqui não mencionei. Não se zanguem por não vos chamar a todos pelo nome, um por um, mas seria uma lista infindável que ninguém leria.

Contudo, com outros foram três anos, desde que começaram até ao ano letivo passado: Clara, María José, Olalla, María Jesús, Angelines, Marisa, Paqui, Pedro, Esteban, Rebeca (já te falta pouco para vires para casa, vais ver), Nuria, Carolina, as Anas (todas), Fernando e Tamar, Ángeles, Elena, Juana, Toni e Alicia. 

Aqueles que decidiram entrar (e ser pioneiros comigo) na aventura do C1: o Carlos, a Nati, a María Jesús (que também veio), a Ruth, a Madalena, a Josefina e o Tomás, o Felix, o Juan Antonio, a Rosa...

E os que se foram antes de mim: a Elisa, o José Antonio, a Estela, a outra Elisa, e outra María José...

São tantas as pessoas que preencheram a minha vida ao longo destes 3 anos na EOI Villanueva de la Serena que só tenho elogios e palavras de ternura para todas elas.

Obrigada por tudo, obrigada por me ensinarem todos os dias, por fazerem de mim uma melhor pessoa e profissional, obrigada pela vossa paciência, obrigada pelos vossos correios cheios de beleza e doçura nestas horas de adeus. 

imagem roubada à minha amiga Ana

Voltarei, prometo, mesmo que seja só para vos ver.