Eu tenho uma amiga que gosta imenso dos poemas da Sophia de Mello; mas eu não tinha lido nenhum até à viagem da escola a Lisboa, no ano passado. Lá, no miradouro da Graça, ao lado da sua escultura, os colegas da minha turma pediram-me que fosse eu quem lesse um poema dela, fiquei felizmente sorprendido pela sua escritura. Hoje, depois de ler "Porque" e o conto de Natal, ouvi várias vezes a Meditação do Duque de Gandia sobre a morte de Isabel de Portugal. Fiquei arrepiado. Ela era a esposa de Carlos V, de uma beleza invulgar, e o Duque era um admirador dela, como eram os poetas renacentistas. Quando ela morreu, foi o encarregado de escoltar o cadáver até a sepultura e de ce ratificar que era ela antes de a sepultar. Quando ele viu a imperatriz, disse as palavras que a Sophia inclui no poema: "Nunca mais servirei senhor que possa morrer". E ele fez-se jesuíta, foi a sua conversão. Contudo isto não é importante, esta é a anedota, o importante são os sentimentos de alguém que ama a outrem e perde-o para sempre, um sentimento universal que se repete de contínuo.
Sim, Elvira, é muito triste, mas é de uma beleza tal que me é impossível não o destacar entre outros da mesma autora. Proponha a Elvira algum mais alegre, porque também os há! :)
Obrigada pela informação extra, Manuel. Diz que não tem importância e eu acho que sim, eu gostei de saber quem eram estas duas personagens. Porque estudei este poema, por mim mesma (nunca na escola) e aprendi muitas coisas sobre literatura. Aprendi como a Sophia tenta imitar a estrutura trovadoresca que imperava na época das personagens para veicular a mensagem de maneira mais coerente, de como estes sentimentos - como muito bem o Manuel refere - intemporais nos tocam a todos, independentemente de em que época e onde vivemos. Da beleza das palavras na frase que nos emocionam ao lê-las ou ouvi-las. Mas nunca tive o impulso de tentar saber que eram as personagens reais detrás da produção poética. Uma vez mais obrigada!
8 comentários:
Precisamos de mais horas para ver tanta coisa no blog :)
Gostava que o poema não fosse tão triste, mas a Sofia tem toda a razão, assim é a vida.
Eu tenho uma amiga que gosta imenso dos poemas da Sophia de Mello; mas eu não tinha lido nenhum até à viagem
da escola a Lisboa, no ano passado. Lá, no miradouro da Graça, ao lado da sua escultura, os colegas da minha turma pediram-me que fosse eu quem lesse um poema dela, fiquei felizmente sorprendido pela sua escritura.
Hoje, depois de ler "Porque" e o conto de Natal, ouvi várias vezes a Meditação do Duque de Gandia sobre a morte de Isabel de Portugal. Fiquei arrepiado.
Ela era a esposa de Carlos V, de uma beleza invulgar, e o Duque era um admirador dela, como eram os poetas renacentistas. Quando ela morreu, foi o encarregado de escoltar o cadáver até a sepultura e de ce ratificar que era ela antes de a sepultar.
Quando ele viu a imperatriz, disse as palavras que a Sophia inclui no poema:
"Nunca mais servirei senhor que possa morrer".
E ele fez-se jesuíta, foi a sua conversão.
Contudo isto não é importante, esta é a anedota, o importante são os sentimentos de alguém que ama a outrem e perde-o para sempre, um sentimento universal que se repete de contínuo.
Sim, Elvira, é muito triste, mas é de uma beleza tal que me é impossível não o destacar entre outros da mesma autora. Proponha a Elvira algum mais alegre, porque também os há! :)
Obrigada pela informação extra, Manuel. Diz que não tem importância e eu acho que sim, eu gostei de saber quem eram estas duas personagens. Porque estudei este poema, por mim mesma (nunca na escola) e aprendi muitas coisas sobre literatura. Aprendi como a Sophia tenta imitar a estrutura trovadoresca que imperava na época das personagens para veicular a mensagem de maneira mais coerente, de como estes sentimentos - como muito bem o Manuel refere - intemporais nos tocam a todos, independentemente de em que época e onde vivemos. Da beleza das palavras na frase que nos emocionam ao lê-las ou ouvi-las. Mas nunca tive o impulso de tentar saber que eram as personagens reais detrás da produção poética. Uma vez mais obrigada!
IA E VINHA
Ia e vinha
E a cada coisa perguntava
Que nome tinha.
Ainda que tenha poucas palavras, é mesmo lindo.Achei-o engraçado.
É muito bonito, Elvira, sim. Eu não conhecia esse - é tão bom tudo o que descubro convosco.
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