Mia Couto nasceu e foi escolarizado na Beira, em Moçambique.
Adotou o seu pseudónimo porque tinha uma paixão por gatos e porque o irmão não lhe
sabia pronunciar o nome. Com catorze anos de idade, viu alguns poemas seus
serem publicados no jornal "Notícias da Beira" e três anos depois, em 1971, mudou-se
para a capital moçambicana Lourenço Marques (agora Maputo).
Iniciou os estudos universitários em medicina,
mas abandonou esta área no princípio do terceiro ano, passando a exercer a
profissão de jornalista depois do 25 de Abril de 1974. Trabalhou na Tribuna, na revista Tempo
e no jornal Notícias. Foi nomeado diretor da Agência de
Informação de Moçambique (AIM)
e formou ligações de correspondentes entre as províncias moçambicanas durante o
tempo da guerra de libertação. Em 1983, publicou o seu primeiro livro de
poesia, Raiz de Orvalho,
que, segundo algumas interpretações, inclui poemas contra a propaganda marxista
militante. Dois anos depois, demitiu-se da posição de diretor para continuar os
estudos universitários na área de biologia.
Além de considerado um dos escritores
mais importantes de Moçambique, é o escritor moçambicano mais traduzido. Em
muitas das suas obras, Mia Couto tenta recriar a língua portuguesa com uma
influência moçambicana, utilizando o léxico de várias regiões do país e
produzindo um novo modelo de narrativa africana. Terra Sonâmbula, o seu primeiro romance,
publicado em 1992, ganhou o Prémio Nacional de Ficção da Associação dos
Escritores Moçambicanos em 1995 e foi considerado um dos dez melhores livros
africanos do século XX por um júri criado pela Feira do Livro do Zimbabué. Foi
fundador de uma empresa de estudos ambientais da qual é colaborador.
Em 2013 foi homenageado com o Prémio Camões, que lhe foi entregue a 10 de
Junho no Palácio de Queluz pelas mãos do presidente de Portugal Cavaco Silva e da presidente do Brasil, Dilma
Rousseff.
Mia Couto tem uma obra literária extensa e
diversificada, incluindo poesia, contos, romance e crónicas.
Muitos dos livros de Mia Couto são
publicados em mais de 22 países e traduzidos em alemão, francês, castelhano, catalão, inglês e italiano.
É sócio correspondente, eleito em 1998, da Academia Brasileira de Letras, sendo sexto
ocupante da cadeira 5, que tem por patrono Dom Francisco de Sousa.
Como biólogo, dirige a Avaliações de
Impacto Ambiental, IMPACTO Lda., empresa que faz estudos de impacto ambiental,
em Moçambique. Mia Couto tem realizado pesquisas em diversas áreas,
concentrando-se na gestão de zonas costeiras. Além disso, é professor da
cadeira de ecologia em diversos cursos da Universidade Eduardo Mondlane (UEM).
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