quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
quarta-feira, 30 de dezembro de 2015
Mia Couto 11
Salvar é uma grande palavra. E amor é uma palavra ainda maior. Grandes palavras escondem grandes enganos.
domingo, 27 de dezembro de 2015
sábado, 26 de dezembro de 2015
quarta-feira, 23 de dezembro de 2015
Mia Couto 9
Rir junto é melhor que falar a mesma língua. Ou talvez o riso seja uma língua anterior que fomos perdendo à medida que o mundo foi deixando de ser nosso.
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segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
domingo, 20 de dezembro de 2015
Mia Couto 8
Para que as luzes do outro sejam percebidas por mim devo por bem apagar as minhas, no sentido de me tornar disponível para o outro.
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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015
Mia Couto 7
Cada um descobre o seu anjo
tendo um caso com o demónio.
tendo um caso com o demónio.
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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015
Publicidade Sociedade Ponto Verde - Gervásio
Começo o périplo pelas fantásticas campanhas publicitárias da Sociedade Ponto Verde. Apresento-vos o Gervásio.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2015
terça-feira, 15 de dezembro de 2015
Mia Couto 6
[...]Devia era, logo de manhã, passar um sonho pelo rosto. É isso que impede o tempo e atrasa a ruga.[...]
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domingo, 13 de dezembro de 2015
sábado, 12 de dezembro de 2015
Mia Couto 5
O bom do caminho é haver volta.
Para ida sem vinda
Basta o tempo.
Para ida sem vinda
Basta o tempo.
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sexta-feira, 11 de dezembro de 2015
E agora? Enterram-se os mortos e cuidam-se os vivos. - republicação
Uma das representações do Terramoto de 1755 |
O impacto deste terramoto foi tremendo na altura e posteriormente, dando origem à moderna sismologia e inspirando autores como, por exemplo, Voltaire no seu Candide.
Falo-vos deste acontecimento não só por fazer parte da nossa matéria (de NA 2), nem por ser um elemento cultural incontornável na História de Portugal, mas também porque li no jornal Expresso que há um novo e muito interessante projeto que foi desenvolvido por uma equipa da Universidade de Évora em parceria com a empresa Beta Technologies e que se chama "Cidade e Espetáculo: uma visão da Lisboa Pré-Terramoto".
E para vos abrir o apetite aqui ficam umas imagens do antes e do depois.
Antes |
Depois |
Para quem quer ler mais sobre o assunto há inúmeros artigos online, para além do artigo do Expresso e do site do projeto nomeado. Remeto-vos para o artigo da Wikipédia e lá podem encontrar várias hiperligações que vos levarão por outras paragens e muita mais informação.
Queridos alunos, uma advertência, este texto, como o título indica é uma republicação, por isso é normal que já tenha comentários de alunos de outros anos. Não se preocupem com isso :)
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quinta-feira, 10 de dezembro de 2015
Mia Couto 4
A nossa língua comum foi construída por laços antigos, tão antigos que por vezes lhes perdemos o rasto.
terça-feira, 8 de dezembro de 2015
Marília Pêra por Nelson Motta
Eu sei que estes dois nomes acima são, provavelmente, os nomes de dois desconhecidos para vocês, mas uma vez mais tenho de lamentar aqui a morte - e aproveitar para vos dar a conhecer a atriz - de uma das maiores do mundo da interpretação. E não, não vou dizer uma das grandes atrizes brasileiras, não o vou dizer porque isso seria reduzir o talento da Marília a um país ou a um continente, e o talento da Marília não tinha fronteiras.
Quando li a notícia da partida dela senti um vazio, talvez porque sempre tive a esperança de a poder ver de novo em palco e sentir tudo o que ela nos fazia sentir quando interpretava. Deixo-vos o texto que o ex-marido (o também enorme Nelson Motta) escreveu para ela agora que ela partiu. Contudo, antes uma boa entrevista, onde a possam ver como ela era: só talento e maravilha. (Podem encontrar no youtube um monte de excertos de interpretações dela, desfrutem!)
“Viva Marilia !
A primeira vez que vi Marilia, naturalmente, foi no teatro. Ela era loura, tinha 26 anos e interpretava uma vedete bagaceira e mulher de um gangster de araque numa paródia de teatro de revista hilariante chamada A Vida Escrachada de Joana Martini e Baby Stompanato, escrita por Bráulio Pedroso e com músicas de Roberto e Erasmo Carlos, que lotou o Teatro Ipanema durante meses e foi um dos maiores sucessos de 1970. Além de rir muito, fiquei encantado com aquela magrela que se fazia de gostosa, tão divertida e desbocada, que cantava, dançava e representava com tanta alegria e sex-appeal. A primeira vez com Marilia não se esquece.
Um ano e meio depois estávamos casados. Alternando temporadas no paraíso e no inferno durante oito anos movidos a fortes sentimentos, tivemos duas filhas e testemunhei a trajetória e o crescimento de uma das maiores atrizes da nossa história, que levou emoção, alegria e consolo a milhões de pessoas que choravam e gargalhavam com seus personagens, se comoviam com seus tipos sofridos, se aterrorizavam com as suas vilãs e malvadas. Marilia vai fazer muita falta porque era muitas, cada uma melhor que a outra. E convivi com várias delas. No teatro, seu território sagrado e seu campo de batalha, no cinema, na televisão e na vida real, que era o seu personagem mais complexo e imprevisivel.
O papel de mãe tambem era muito dificil para a diva. Ela amava as meninas e se esforçava, entre seus muitos trabalhos, em preparar para a vida do jeito que podia e sabia. Disciplinada e disciplinadora, Marilia reclamava que eu era muito liberal e permissivo com elas e, de gozação, dizia em público que eu era uma verdadeira mãe para as meninas. E todos os Dia das Mães me ligava para desejar em tom de ironia “felicidades no seu dia” e soltar uma gargalhada.
Para mim, o seu melhor papel foi Maria Callas em “Master Class”, uma diva amadurecida e amargurada ensinando a alunos da Julliard School of Music sobre a vida, a arte e o amor, com tanta técnica e emoção que teria feito chorar a própria Maria Callas.
Entre as malvadas, amei – e tive muito medo – da megera Perpétua de “Tieta” e da maligna e medonha Juliana do “Primo Basilio”. Pensar que uma mulher daquelas dorme ao seu lado é de tirar o sono.
Marília gostava de cantar, de dançar, de marido, de filhos, de amigos, de sexo, de dinheiro, de luxo, de rir, de silêncio, mas amava mesmo, acima de todas as coisas, o teatro, que foi sempre a sua prioridade de vida. Talvez por isso foi tão alto e tão fundo e irá tão longe.
Com 39 anos, por sua arrebatadora interpretação de uma prostituta envolvida com menos de rua em “Pixote” recebeu o premio de “melhor atriz do ano” pela Associação Nacional de Criticos dos Estados Unidos em 1981, e tambem da associação de criticos de Nova York e de Los Angeles, que consagraram uma atriz sul americana desconhecida concorrendo com as grandes estrelas americanas e que nem sequer era bonita para os padrões locais. Puro talento.
Marilia era tão atrevida que representou Coco Chanel em português para franceses em Paris, com legendas, e fez várias apresentações lotadas com críticas que a consagravam como uma das grandes atrizes de nosso tempo.
Nos encontramos e desencontramos muito pela vida, nos ultimos anos éramos muito amigos, vivemos juntos muitas alegrias e dores. Há dois meses, Marilia me pediu uma música para o disco que estava gravando na Biscoito Fino. Me lembrei de uma linda valsa do maestro Lyrio Panicalli, dos anos 60, que Leila Pinheiro havia me mostrado há muito tempo. E fiz a letra.
O título original da versão instrumental de Lyrio era “A última valsa”, mas, sabendo que Marilia estava doente, achei melhor trocar para “Sonho de valsa” – e ela pensou que a música sempre se chamou assim e adorou. Pena que não teve tempo de gravar. Fica como um gesto de amor, respeito e admiração. E saudade.
A última valsa
Luz do amanhecer
nas sombras do jardim,
um cheiro de jasmim me faz viver
de novo um tempo tão feliz.
Tardes de verão
de tantas emoções,
um beijo, uma canção,
e um sonho de amor sem fim
O amor não trás a paz
o amor quer sempre mais
é a valsa que nos faz dançar,
bater mais forte os corações.
A lua encontra o mar,
a sombra esconde a luz,
teu corpo enfim encontra o meu
e dança ! dança mais !
Valsas tropicais
bailando na memória,
nos golden rooms do sonho,
nos salões, à luz da lua a beira mar.
Noites de verão
que nunca esquecerei,
que não vivi, sonhei,
como a valsa que não dancei,
que não vivi, sonhei,
como a valsa que não dancei.”
Nelson Motta
Exemplos de Microrrelatos
A vossa colega Eunate (acho que vou passar a chamar-lhe Inspetora Eunate) andou a fazer investigações e encontrou os resultados de um concurso que o departamento de português da EOI de Valladolid organizou. Para vos inspirar ou só para ler um pouquinho mais na língua de Camões, deixo-vos a ligação à página deles.
Boas leituras e obrigada Eunate!
Já agora podiam dizer-me qual é o vosso preferido!
Concurso de Microrrelatos da EOI Valladolid
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segunda-feira, 7 de dezembro de 2015
Mia Couto 3
De que vale ter voz
se só quando não falo é que me entendem?
De que vale acordar
se o que vivo é menos do que o que sonhei?
(VERSOS DO MENINO QUE FAZIA VERSOS)
se só quando não falo é que me entendem?
De que vale acordar
se o que vivo é menos do que o que sonhei?
(VERSOS DO MENINO QUE FAZIA VERSOS)
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sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
Mia Couto 2
O importante não é a casa onde moramos.
Mas onde, em nós, a casa mora.
Mas onde, em nós, a casa mora.
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quinta-feira, 3 de dezembro de 2015
quarta-feira, 2 de dezembro de 2015
Mia Couto 1
Sou feliz só por preguiça.
A infelicidade dá uma trabalheira pior que a doença: é preciso entrar e sair dela.
A infelicidade dá uma trabalheira pior que a doença: é preciso entrar e sair dela.
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terça-feira, 1 de dezembro de 2015
Cantor do mês - Susana Feliz
Nascida em Torres Vedras, a 12 de outubro de 1975, com apenas 12 anos ganhou a Grande Noite do Fado com um tema de Amália Rodrigues. Fez parte de vários programas de TV e em 1995 foi escolhida para ser a voz das canções do filme Pocahontas da Disney. Contudo, só em 1999 lança o seu primeiro disco "Um pouco mais", a que se seguem Rosa e Vermelho (2002), Índigo (2006), Pulsação (2007) e Procura-se (2011). Em 2009 junta-se a Mafalda Arnauth, Viviane e Luanda Cozetti para formar o projeto Rua da Saudade, no qual se dá voz às letras originais de Ary dos Santos no disco Canções de Ary dos Santos.
Fez duetos com inúmeros cantores nacionais e internacionais e como curiosidade podemos dizer que, para além de todos os atributos artísticos já descritos, foi campeã de patinagem artística.
Com a crise económica a música portuguesa sofreu um abrandamento de vendas e consequentemente de produção significativo, no entanto, parece-me que a Susana, não apenas pela maravilhosa voz que tem, deve ser conhecida por vocês. Devo apresentar-vo-la pela qualidade dos arranjos, pela beleza e quase filosofia das letras e, principalmente, pela fantástica dicção que tanto voz pode ajudar a melhorar o vosso português.
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Autor do mês - Mia Couto
Mia Couto nasceu e foi escolarizado na Beira, em Moçambique.
Adotou o seu pseudónimo porque tinha uma paixão por gatos e porque o irmão não lhe
sabia pronunciar o nome. Com catorze anos de idade, viu alguns poemas seus
serem publicados no jornal "Notícias da Beira" e três anos depois, em 1971, mudou-se
para a capital moçambicana Lourenço Marques (agora Maputo).
Iniciou os estudos universitários em medicina,
mas abandonou esta área no princípio do terceiro ano, passando a exercer a
profissão de jornalista depois do 25 de Abril de 1974. Trabalhou na Tribuna, na revista Tempo
e no jornal Notícias. Foi nomeado diretor da Agência de
Informação de Moçambique (AIM)
e formou ligações de correspondentes entre as províncias moçambicanas durante o
tempo da guerra de libertação. Em 1983, publicou o seu primeiro livro de
poesia, Raiz de Orvalho,
que, segundo algumas interpretações, inclui poemas contra a propaganda marxista
militante. Dois anos depois, demitiu-se da posição de diretor para continuar os
estudos universitários na área de biologia.
Além de considerado um dos escritores
mais importantes de Moçambique, é o escritor moçambicano mais traduzido. Em
muitas das suas obras, Mia Couto tenta recriar a língua portuguesa com uma
influência moçambicana, utilizando o léxico de várias regiões do país e
produzindo um novo modelo de narrativa africana. Terra Sonâmbula, o seu primeiro romance,
publicado em 1992, ganhou o Prémio Nacional de Ficção da Associação dos
Escritores Moçambicanos em 1995 e foi considerado um dos dez melhores livros
africanos do século XX por um júri criado pela Feira do Livro do Zimbabué. Foi
fundador de uma empresa de estudos ambientais da qual é colaborador.
Em 2013 foi homenageado com o Prémio Camões, que lhe foi entregue a 10 de
Junho no Palácio de Queluz pelas mãos do presidente de Portugal Cavaco Silva e da presidente do Brasil, Dilma
Rousseff.
Mia Couto tem uma obra literária extensa e
diversificada, incluindo poesia, contos, romance e crónicas.
Muitos dos livros de Mia Couto são
publicados em mais de 22 países e traduzidos em alemão, francês, castelhano, catalão, inglês e italiano.
É sócio correspondente, eleito em 1998, da Academia Brasileira de Letras, sendo sexto
ocupante da cadeira 5, que tem por patrono Dom Francisco de Sousa.
Como biólogo, dirige a Avaliações de
Impacto Ambiental, IMPACTO Lda., empresa que faz estudos de impacto ambiental,
em Moçambique. Mia Couto tem realizado pesquisas em diversas áreas,
concentrando-se na gestão de zonas costeiras. Além disso, é professor da
cadeira de ecologia em diversos cursos da Universidade Eduardo Mondlane (UEM).
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