Neste fim de semana mais compridinho que tivemos fui passear e estando na frente do monumento que faz parte da montagem abaixo tive uma ideia luminosa. Por que não fazermos uma série de adivinhas baseadas em expressões idiomáticas e provérbios? Aqui têm a primeira entrega.
Observando a colagem, devem tentar inferir que expressão idiomática tentei "encriptar" nas imagens. Se gostarem faço mais.
A fotografia do edifício é minha, a senhora é uma intrusa desconhecida que decidiu aparecer. E as outras dias imagens são daqui e daqui.
No seguinte artigo fala-se sobre os 10 presentes preferidos dos portugueses para oferecer no Natal. Conseguem imaginar quais são? 10 presentes preferidos
O que vos peço é que façam um ranking do mesmo tipo do deste artigo para as escolhas dos espanhóis, segundo a vossa experiência pessoal. Fico à espera!
Depois de termos falado sobre livros (com uns) e teatro (com outros) e já que estamos em época festiva. Por que não ir a Lisboa, ver as luzes de Natal e aproveitar para ver um espetáculo?
Esta é a página da Agenda Cultural da cidade para o caso de a quererem ter à mão. Eu vou acrescentá-la à barra lateral, de qualquer maneira. E o que vos aconselho, sem ter visto nada, é por algum conhecimento - provindo do interesse e paixão - da área.
Já que há dois ou três artigos vos escrevi sobre a Eunice, têm a vossa oportunidade no Teatro Politeama. Ela (ou a Manuela Maria, que é outra das enormes atrizes portuguesas) como protagonista, o meu queridíssimo Ruy de Carvalho, a Maria João Abreu, o João D'Ávila, o Carlos Paulo,... é um elenco de luxo, garanto-vos, o teatro é lindíssimo e a peça do autor espanhol faz parte da História do Teatro em Portugal pela sua encenação com Palmira Bastos no papel principal.
Ok, esta é para aqueles que gostam de inglês. Ahhh, não sabiam que havia um teatro inglês em Lisboa? Pois, há. E o encenador e um dos atores foram meus professores na Faculdade. Não me podia esquecer deles, não era?
Em relação ao artigo anterior e para os mais interessados no tema, aqui fica a entrevista/reportagem que a TVI fez sobre o projeto com o Cifrão (mentor, bailarino, coreógrafo, director artístico) e uma série de opiniões sobre os convidados para o lançamento e também a página sobre o projeto.
Não sei se gostam de Dança mas acabei de descobrir um vídeo de uma nova companhia portuguesa. Este sétimo vídeo pareceu-me absolutamente maravilhoso e o terceiro também. Deixo-vo-los aqui e se vos apetecer, podem ir "bisbilhotar" os outros no canal de Youtube deles.
Contem-me o que vos parece na caixa de comentários e já agora quais são os vossos preferidos.
Tenho mesmo que vos apresentar alguém. Chego tarde porque o aniversário foi ontem - 88 (parece impossível para alguém que é eterno) - e 75 de carreira. É dose!
É com todo o orgulho do mundo que vos apresento Eunice Muñoz, uma das grandes, uma das enormes atrizes que Portugal deu ao mundo e que só em Portugal conhecemos porque as barreiras da língua (e da vida) às vezes travam o caminho natural do talento.
Deixo-vos a notícia sobre como o teatro português a homenageou ontem e também a boa nova de que dentro de um ano a temos no palco de novo e a fazer de Rei Lear. Depois de Zerlina, Mãe Coragem e tantas outras que foi numa vida só, o Lear vai ser (somente) mais um milhão de ovações de pé. Porque ela vai merecer. Merece sempre!
Em especial para a Manuela, aqui vai a canção dos Mercuriocromos, acho que assim é impossível esquecer a palavra camionista, e sempre nos rimos um bocadinho.
Dizem os cientistas que a vida terá começado na África. Pois é, dizem também os cientistas (ainda que outros) que a língua portuguesa em 2100 onde mais vai ser falada será também na África.
Pareceu-me curioso o artigo do Público, deixo-vo-lo aqui para o poderem ler e poderem opinar.
Tem também um ranking das línguas maternas mais faladas no mundo (de 2016) e outras informações interessantes.
Lugar de tertúlia por excelência, também nos serve de lugar de trabalho ou estudo, de sítio para pensar sozinhos, lugar de encontro (ou reencontro) para tratar os temas mais simples ou mais complexos.
O Público fez este artigo de que me parece que podem gostar.
Partilhem quais conhecem, para quais a leitura vos abriu o apetite e se vos parece que vale a pena conhecê-los.
Pensavam que era só ver o vídeo?? Parece que não me conhecem.
Vejam o vídeo de novo e respondam à pergunta óbvia, quem é toda esta gente que aparece no vídeo? Quatro deles que aparecem aos pares são desconhecidos, mas estes só aparecem uma vez.)
O primeiro que aparece e que surge mais vezes - com uma camisa folclórico-festiva é óbvio.
Depois disso têm:
- uma apresentadora de TV,
- dois colaboradores do programa Crónicas Marcianas e tertulianos de programas do coração,
- uma cantora,
- duas atrizes
- quatro humoristas (habituais colaboradores do mestre: dois homens e duas mulheres)
- uma política
- um ator sério e excelso declamador de poemas
- um casal (ele empresário e ela antiga locutora de continuidade)
- um produtor musical
Tentem, não é assim tão complicado, são figuras públicas muito conhecidas em Portugal.
Tinha-vos dito que quando tivéssemos internet na sala de aulas vos ensinava a escrever no blogue. Não falo de comentar, que é relativamente simples, falo de escrever artigos no corpo do blogue.
Fiz-vos um tutorial para ver se assim conseguem. Asseguro-vos que não é nada complicado. Todos os passos estão marcados com um redondel (e a maioria também com uma seta) laranja e explicados debaixo da imagem.
Peço-vos desculpa, isso sim, porque o programa com que fiz a conversão da apresentação para mp4 me pôr uma marca de água no meio da apresentação, espero que não incomode demasiado.
Não sei se repararam mas os dois artigos que publiquei ontem, publiquei-os como se fosse um de vocês (com a assinatura de alunos), lamento o engano. Era eu, Susana, para que não haja dúvidas.
Este é vosso blogue, aliás, este é o nosso blogue, se não se importam.
Sei que algum de vocês já o conhecem, já fizeram uso dele, para outros suponho que será uma novidade. O que quero é que se sintam em casa: escrevam, debatam, ponham o que quiserem (desde que seja pertinente e com o óbvio decoro) para que todos possamos acabar este ano letivo com a sensação de que foi completamente proveitoso.
Eu andarei por cá a provocar-vos para ver se consigo que me liguem um bocadinho.
Acho que todos vocês conhecem os Gato Fedorento, contudo se há alguém que ainda não teve o prazer de dar com eles umas boas gargalhadas deixo-vos aqui, aqui e aqui alguma informação. Veremos hoje com o nível C1 alguns estrangeirismos e sabemos que em grupos particulares (como o dos trabalhadores das grandes empresas, por exemplo) há linguagem nova que deriva exatamente de palavras estrangeiras.
Nesta paródia, o Miguel Góis e o Tiago Dores utilizam alguma dessa gíria, acabando depois por inventar novas palavras, tentando fazê-las passar por palavras originárias do inglês.
Quero que me digam que palavras existem e quais são as inventadas, como formam aquelas que inventam e já agora o que significam as que são reais. Bom trabalho e divirtam-se!
A Eurovisão já não é o que era - é verdade! No entanto, ao longo dos anos deixou-nos muito boas memórias (tentaremos sempre esquecer as más) e esta é uma delas.
Lembro-me de estar a ver o Festival RTP da Canção em 1996 e um amigo dos meus pais dizer:
- O que é que a Maria do Amparo está a fazer na TV? Voltou a cantar? - Ao que a minha mãe respondeu:
- Só se a mulher tiver conseguido manter-se igual ao que era há 20 anos.
Foi essa ineludível parecença com a mãe que nos fez parar e ficar a ouvir esta menina doce. Porque todos conheciamos a Lúcia, todos. Ela entrava nas nossas casas todas as semanas pela mão dos pais (depois apenas do pai quando a mãe deixou de atuar em público) quando era pequenina e cresceu connosco. Só desapareceu para estudar.
Na Eurovisão conseguiu dar-nos a melhor classificação de sempre (um 6º lugar) e foi, provavelmente, a última vez que mereceu a pena ver o certame musical para muitos portugueses.
Ponho-vos a canção e a letra, tal como trabalhámos na aula, para poderem ver exemplos dos tipos de música da lusofonia que esta canção versa. Letra do José Fanha (devem conhecê-lo do filme "Adeus Pai") e música e orquestração do Pedro Osório. Mas depois propor-vos-ei um exercício de investigação.
O Meu Coração Não Tem
Cor
(José
Fanha/Pedro Osório)Andamos todos a rodar na roda antiga Cantando nesta língua que é de mel e de sal O que está longe fica perto nas cantigas Que fazem uma festa tricontinental Dança-se o samba, a marrabenta também, Chora-se o fado, rola-se a coladeiraP'la porta aberta pode entrar sempre alguém, Se está cansado diz adeus à canseiraVai a correr o corridinho que é bem mandado e saltadinho
E rasga o funaná, faz força no malhão Que a gente vai dançar sem se atrapalhar No descompasso deste coração (E como é? E como é? E como é? Vai de roda minha gente, vamos todos dar ao pé) Estamos de maré, vamos dançar, vem juntar o teu ao meu sabor Põe esta canção a navegar que o meu coração não tem cor Estamos de maré, vamos dançar, vem juntar o teu ao meu sabor Põe esta canção a navegar que o meu coração não tem cor
Andamos todos na ciranda cirandeira, Preguiça doce e boa, vai de lá, vai de cá Na nossa boca uma saudade desordeira De figo, de papaia e de guaranáVira-se o vira e o merengue também,
Chora-se a morna, solta-se a sapateia P'la porta aberta pode entrar sempre alguém Que a gente gosta de ter a casa cheiaVamos dançar este bailinho, traz a sanfona, o cavaquinho
A chula vai pular nas voltas do baião Que a gente vai dançar sem se atrapalhar No descompasso deste coração(Hey! E vai de volta, vai de volta, p'ra acabar)
O Observador publicou ontem a seguinte notícia 10 coisas que íamos comprar a Badajoz. Leiam a notícia se vos interessa o que os portuguesinhos vinham comprar à vossa terra e contem o que é que vocês compravam em Elvas (e outros lugares de Portugal).
Este primeiro mês de 2016 decidi deixar-vos uma das minhas adivinhas. Não vos vou dizer quem são nem o autor nem o cantor do mês de janeiro, vocês vão ter de descobrir. Deixo-vos, isso sim, pistinhas, para poderem ir seguindo (lembrem-se TUDO pode ser uma pista, até mesmo este artigo).
Rir junto é melhor que falar a mesma língua. Ou talvez o riso seja uma língua anterior que fomos perdendo à medida que o mundo foi deixando de ser nosso.
Há 258 anos, a 1 de novembro, Lisboa sofreu a maior catástrofe natural de sempre: um sismo de magnitude 9 na escala de Richter que deixou marcas permanentes na cidade e em toda a sociedade portuguesa. O epicentro não é conhecido com precisão mas todos os estudiosos apontam para que tenha tido lugar no mar. Depois do sismo veio o maremoto e em seguida os incêndios por toda a capital. Um terço da população da cidade pereceu por causa da catástrofe e estima-se que 85% dos edifícios tenham ruído.
O impacto deste terramoto foi tremendo na altura e posteriormente, dando origem à moderna sismologia e inspirando autores como, por exemplo, Voltaire no seu Candide.
Convento do Carmo hoje em dia
Falo-vos deste acontecimento não só por fazer parte da nossa matéria (de NA 2), nem por ser um elemento cultural incontornável na História de Portugal, mas também porque li no jornal Expresso que há um novo e muito interessante projeto que foi desenvolvido por uma equipa da Universidade de Évora em parceria com a empresa Beta Technologies e que se chama "Cidade e Espetáculo: uma visão da Lisboa Pré-Terramoto".
E para vos abrir o apetite aqui ficam umas imagens do antes e do depois.
Antes
Depois
Para quem quer ler mais sobre o assunto há inúmeros artigos online, para além do artigo do Expresso e do site do projeto nomeado. Remeto-vos para o artigo da Wikipédia e lá podem encontrar várias hiperligações que vos levarão por outras paragens e muita mais informação.
Queridos alunos, uma advertência, este texto, como o título indica é uma republicação, por isso é normal que já tenha comentários de alunos de outros anos. Não se preocupem com isso :)
Eu sei que estes dois nomes acima são, provavelmente, os nomes de dois desconhecidos para vocês, mas uma vez mais tenho de lamentar aqui a morte - e aproveitar para vos dar a conhecer a atriz - de uma das maiores do mundo da interpretação. E não, não vou dizer uma das grandes atrizes brasileiras, não o vou dizer porque isso seria reduzir o talento da Marília a um país ou a um continente, e o talento da Marília não tinha fronteiras.
Quando li a notícia da partida dela senti um vazio, talvez porque sempre tive a esperança de a poder ver de novo em palco e sentir tudo o que ela nos fazia sentir quando interpretava. Deixo-vos o texto que o ex-marido (o também enorme Nelson Motta) escreveu para ela agora que ela partiu. Contudo, antes uma boa entrevista, onde a possam ver como ela era: só talento e maravilha. (Podem encontrar no youtube um monte de excertos de interpretações dela, desfrutem!)
“Viva Marilia !
A primeira vez que vi Marilia, naturalmente, foi no teatro. Ela era loura, tinha 26 anos e interpretava uma vedete bagaceira e mulher de um gangster de araque numa paródia de teatro de revista hilariante chamada A Vida Escrachada de Joana Martini e Baby Stompanato, escrita por Bráulio Pedroso e com músicas de Roberto e Erasmo Carlos, que lotou o Teatro Ipanema durante meses e foi um dos maiores sucessos de 1970. Além de rir muito, fiquei encantado com aquela magrela que se fazia de gostosa, tão divertida e desbocada, que cantava, dançava e representava com tanta alegria e sex-appeal. A primeira vez com Marilia não se esquece.
Um ano e meio depois estávamos casados. Alternando temporadas no paraíso e no inferno durante oito anos movidos a fortes sentimentos, tivemos duas filhas e testemunhei a trajetória e o crescimento de uma das maiores atrizes da nossa história, que levou emoção, alegria e consolo a milhões de pessoas que choravam e gargalhavam com seus personagens, se comoviam com seus tipos sofridos, se aterrorizavam com as suas vilãs e malvadas. Marilia vai fazer muita falta porque era muitas, cada uma melhor que a outra. E convivi com várias delas. No teatro, seu território sagrado e seu campo de batalha, no cinema, na televisão e na vida real, que era o seu personagem mais complexo e imprevisivel.
O papel de mãe tambem era muito dificil para a diva. Ela amava as meninas e se esforçava, entre seus muitos trabalhos, em preparar para a vida do jeito que podia e sabia. Disciplinada e disciplinadora, Marilia reclamava que eu era muito liberal e permissivo com elas e, de gozação, dizia em público que eu era uma verdadeira mãe para as meninas. E todos os Dia das Mães me ligava para desejar em tom de ironia “felicidades no seu dia” e soltar uma gargalhada.
Para mim, o seu melhor papel foi Maria Callas em “Master Class”, uma diva amadurecida e amargurada ensinando a alunos da Julliard School of Music sobre a vida, a arte e o amor, com tanta técnica e emoção que teria feito chorar a própria Maria Callas.
Entre as malvadas, amei – e tive muito medo – da megera Perpétua de “Tieta” e da maligna e medonha Juliana do “Primo Basilio”. Pensar que uma mulher daquelas dorme ao seu lado é de tirar o sono.
Marília gostava de cantar, de dançar, de marido, de filhos, de amigos, de sexo, de dinheiro, de luxo, de rir, de silêncio, mas amava mesmo, acima de todas as coisas, o teatro, que foi sempre a sua prioridade de vida. Talvez por isso foi tão alto e tão fundo e irá tão longe.
Com 39 anos, por sua arrebatadora interpretação de uma prostituta envolvida com menos de rua em “Pixote” recebeu o premio de “melhor atriz do ano” pela Associação Nacional de Criticos dos Estados Unidos em 1981, e tambem da associação de criticos de Nova York e de Los Angeles, que consagraram uma atriz sul americana desconhecida concorrendo com as grandes estrelas americanas e que nem sequer era bonita para os padrões locais. Puro talento.
Marilia era tão atrevida que representou Coco Chanel em português para franceses em Paris, com legendas, e fez várias apresentações lotadas com críticas que a consagravam como uma das grandes atrizes de nosso tempo.
Nos encontramos e desencontramos muito pela vida, nos ultimos anos éramos muito amigos, vivemos juntos muitas alegrias e dores. Há dois meses, Marilia me pediu uma música para o disco que estava gravando na Biscoito Fino. Me lembrei de uma linda valsa do maestro Lyrio Panicalli, dos anos 60, que Leila Pinheiro havia me mostrado há muito tempo. E fiz a letra.
O título original da versão instrumental de Lyrio era “A última valsa”, mas, sabendo que Marilia estava doente, achei melhor trocar para “Sonho de valsa” – e ela pensou que a música sempre se chamou assim e adorou. Pena que não teve tempo de gravar. Fica como um gesto de amor, respeito e admiração. E saudade.
A vossa colega Eunate (acho que vou passar a chamar-lhe Inspetora Eunate) andou a fazer investigações e encontrou os resultados de um concurso que o departamento de português da EOI de Valladolid organizou. Para vos inspirar ou só para ler um pouquinho mais na língua de Camões, deixo-vos a ligação à página deles.
Boas leituras e obrigada Eunate!
Já agora podiam dizer-me qual é o vosso preferido!
Susana Felix é uma cantora, letrista e atriz portuguesa.
Nascida em Torres Vedras, a 12 de outubro de 1975, com apenas 12 anos ganhou a Grande Noite do Fado com um tema de Amália Rodrigues. Fez parte de vários programas de TV e em 1995 foi escolhida para ser a voz das canções do filme Pocahontas da Disney. Contudo, só em 1999 lança o seu primeiro disco "Um pouco mais", a que se seguem Rosa e Vermelho (2002), Índigo (2006), Pulsação (2007) e Procura-se (2011). Em 2009 junta-se a Mafalda Arnauth, Viviane e Luanda Cozetti para formar o projeto Rua da Saudade, no qual se dá voz às letras originais de Ary dos Santos no disco Canções de Ary dos Santos.
Fez duetos com inúmeros cantores nacionais e internacionais e como curiosidade podemos dizer que, para além de todos os atributos artísticos já descritos, foi campeã de patinagem artística.
Com a crise económica a música portuguesa sofreu um abrandamento de vendas e consequentemente de produção significativo, no entanto, parece-me que a Susana, não apenas pela maravilhosa voz que tem, deve ser conhecida por vocês. Devo apresentar-vo-la pela qualidade dos arranjos, pela beleza e quase filosofia das letras e, principalmente, pela fantástica dicção que tanto voz pode ajudar a melhorar o vosso português.
Mia Couto, pseudónimodeAntónio Emílio Leite Couto é um biólogo e escritor moçambicano.
Mia Couto nasceu e foi escolarizado naBeira, emMoçambique.
Adotou o seu pseudónimo porque tinha uma paixão por gatos e porque o irmão não lhe
sabia pronunciar o nome. Com catorze anos de idade, viu alguns poemas seus
serem publicados no jornal "Notícias da Beira"e três anos depois, em 1971, mudou-se
para a capital moçambicana Lourenço Marques(agoraMaputo).
Iniciou os estudos universitários emmedicina,
mas abandonou esta área no princípio do terceiro ano, passando a exercer a
profissão de jornalista depois do 25 de Abril de 1974. Trabalhou naTribuna, na revista Tempo
e no jornal Notícias. Foi nomeado diretor daAgência de
Informação de Moçambique(AIM)
e formou ligações de correspondentes entre as províncias moçambicanas durante o
tempo da guerra de libertação. Em 1983, publicou o seu primeiro livro de
poesia,Raiz de Orvalho,
que, segundo algumas interpretações, inclui poemas contra a propagandamarxista
militante. Dois anos depois, demitiu-se da posição de diretor para continuar os
estudos universitários na área de biologia.
Além de considerado um dos escritores
mais importantes de Moçambique, é o escritor moçambicano mais traduzido. Em
muitas das suas obras, Mia Couto tenta recriar a língua portuguesa com uma
influência moçambicana, utilizando o léxico de várias regiões do país e
produzindo um novo modelo de narrativa africana.Terra Sonâmbula, o seu primeiro romance,
publicado em 1992, ganhou o Prémio Nacional de Ficção da Associação dos
Escritores Moçambicanos em 1995 e foi considerado um dos dez melhores livros
africanos do século XX por um júri criado pela Feira do Livro do Zimbabué. Foi
fundador de uma empresa de estudos ambientais da qual é colaborador.
Em 2013 foi homenageado com oPrémio Camões, que lhe foi entregue a 10 de
Junho noPalácio de Queluzpelas mãos dopresidente de PortugalCavaco Silvae dapresidente do Brasil,Dilma
Rousseff.
Mia Couto tem uma obra literária extensa e
diversificada, incluindo poesia, contos, romance e crónicas.
Muitos dos livros de Mia Couto são
publicados em mais de 22 países e traduzidos em alemão, francês, castelhano, catalão, inglês e italiano.
É sócio correspondente, eleito em 1998, da Academia Brasileira de Letras, sendo sexto
ocupante da cadeira 5, que tem por patrono Dom Francisco de Sousa.
Como biólogo, dirige a Avaliações de
Impacto Ambiental, IMPACTO Lda., empresa que faz estudos de impacto ambiental,
em Moçambique. Mia Couto tem realizado pesquisas em diversas áreas,
concentrando-se na gestão de zonas costeiras. Além disso, é professor da
cadeira de ecologia em diversos cursos da Universidade Eduardo Mondlane (UEM).
Desta vez, e para fechar o Chico como cantor do mês, decidi por-vos um disco inteiro. Explico porquê. Este disco é muito especial para mim, porque é um dos discos que sempre iam connosco nas viagens familiares quando eu era pequena, acho que ainda conseguiria cantá-lo do princípio até ao fim.
"O meu amor tem um jeito manso que é só seu, que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos com tantos segredos lindos e indecentes. Depois brinca comigo, ri do meu umbigo, e me crava os dentes. Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz. Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz."
E como não podia deixar de ser, ficam em companhia de algumas lendas brasileiras. Contudo, desta vez não me decidi pelo folclore e sim pelas lendas urbanas. Estes brasileiros têm uma tendência para o tétrico que eu não entendo bem.
Qual das lendas urbanas vos parece mais divertida? Ou qual vos chamou mais a atenção?
O texto narrativo pode encontrar-se em muitos lugares, como já vimos na aula, mas um dos lugares privilegiados são as lendas populares de cada país. Lembrei-me de procurar alguma para vocês poderem ouvir aqui no blogue.
1. Porque é que era conhecido o rei?
2. Com quem costumava passar o tempo a menina?
3. Como se descreve a menina?
4. O que é que a rapariga fazia às escondidas?
5. O que é que atraiu a princesa?
6. Qual foi a atitude do rei quando o pastor lhe pediu a mão da filha em casamento?
"Quero ficar no teu corpo feito tatuagem Que é pra te dar coragem Pra seguir viagem Quando a noite vem E também pra me perpetuar em tua escrava Que você pega, esfrega, nega Mas não lava"
"Quando nasci veio um anjo safado O chato dum querubim E decretou que eu tava predestinado A ser errado assim Já de saída a minha estrada entortou Mas vou até o fim"
Aqui têm as duas versões de Tanto Mar, a canção que o cantautor brasileiro fez para a revolução portuguesa -a primeira de esperança e a segunda de desalento - há também uma pequena entrevista do Chico.
Eu continuo a achar que ainda que a canção tenha outro nome de mulher, depois de 33 anos de casamento, é impossível que esta letra não seja sobre a Marieta.
Ou bem que os jornais se unem para nos ajudar a aprender as temáticas que necessitamos, ou então estamos a abordar temas do quotidiano. Vejam lá o que encontrei ontem ao ler o jornal Público. Andamos nós entre robôs, humanos, carros e casas do futuro, e vêm estes senhores contar-nos como vão ser os elevadores.
Depois de muito pensar em quem poderia ser o autor deste mês de novembro de 2015 decidi que não fazia sentido dar o título a outro que não o próprio Chico.
Assim que, este mês, de maneira excecional (porque também ele o é, o cantor e o autor do mês vão ser a mesma pessoa). Para o ficarem a conhecer mesmo bem.
Francisco Buarque de Hollanda, mais conhecido por Chico
Buarque (Rio
de Janeiro, 19 de junho de 1944), é um músico, dramaturgo e escritorbrasileiro. É conhecido
por ser um dos maiores nomes da música
popular brasileira (MPB). A sua discografia conta com
aproximadamente oitenta discos, entre eles discos-solo, em parceria com outros
músicos e compactos.
Filho do historiador Sérgio
Buarque de Holanda e de Maria Amélia Cesário Alvim, escreveu seu primeiro
conto aos 18 anos, ganhando destaque como cantor a partir de 1966, quando
lançou seu primeiro álbum, Chico Buarque de Hollanda, e venceu o Festival de Música Popular Brasileira com a
música A
Banda. Socialista declarado autoexilou-se na Itália em
1969, devido à crescente repressão do regime
militar do Brasilnos chamados "anos de chumbo",
tornando-se, ao retornar, em 1970, um dos artistas mais ativos na crítica
política e na luta pela democratização no país. Na carreira literária, foi
vencedor de três Prémios Jabuti: o de melhor
romance em 1992 com Estorvo e o de Livro do Ano,
tanto pelo livro Budapeste, lançado em
2004, como por Leite
Derramado, em 2010.
Foi casado por 33 anos (de 1966 a 1999)
com a atriz Marieta
Severo, com quem teve três filhas, Sílvia Buarque, Helena e
Luísa. Chico é irmão das cantoras Miúcha, Ana de Hollanda e Cristina. Ao contrário da
crença popular, o dicionarista Aurélio Buarque de Holanda era apenas um
primo distante do pai de Chico.
Em
1946, mudou-se para a capitalSão Paulo, onde o pai
assumiu a direção doMuseu do Ipiranga. Chico sempre revelou interesses pela
música, tal interesse foi bastante reforçado pela convivência com intelectuais
comoVinicius de MoraesePaulo Vanzolini.
Em 1953, Sérgio Buarque de Holanda, pai
do cantor, foi convidado para lecionar naUniversidade de Roma. A família Buarque de Hollanda, então,
muda-se para a Itália. Chico aprende dois idiomas estrangeiros, na escola fala
inglês, e nas ruas, italiano. Nessa época, compõe as suas primeiras marchinhas
de Carnaval.
Chico regressa ao Brasil em 1960. No ano
seguinte, produz suas primeiras crônicas no jornalVerbâmidas, doColégio Santa Cruzde
São Paulo, nome criado por ele.Sua primeira aparição na imprensa,
porém, não foi em relação ao seu trabalho, mas sim policial. Publicada, no
jornalÚltima Hora, de São Paulo, a notícia de que Chico e
um amigo furtaram um carro nas proximidades do estádio do Pacaembu para passear
pela madrugada paulista foi anunciada com a manchete "Pivetes furtaram um
carro: presos".
Em 1998, o artista foi homenageado noDesfile das escolas de
samba do Rio de Janeiro,
pelaGRES Estação Primeira de Mangueira, no enredo "Chico Buarque da
Mangueira". A escola verde e rosa dividiu o título de campeã daquele
carnaval com aBeija-Flor de Nilópolis.